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Setor florestal garante suprimento de produtos essenciais durante pandemia

Segmento é responsável pelo fornecimento de matéria-prima para artigos de higiene pessoal, limpeza, produtos hospitalares e medicamentos; empresas de máquinas e insumos asseguram manutenção das operações na área de florestas
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Em meio às dificuldades impostas pela pandemia do coronavírus, o setor de florestas plantadas ganha notoriedade no cenário nacional. Olhares desatentos talvez não se deem conta de que é por meio da matéria-prima gerada pelas árvores que se tem acesso à celulose necessária para produção do papel que está presente em diversos produtos essenciais. Entre eles estão: máscaras cirúrgicas, vestimentas, colchões, papel higiênico, toalha de papel, fraldas infantis e geriátricas, lenços umedecidos, detergente. A madeira também é utilizada para produção de carvão vegetal, utilizado como fonte energética para a produção de equipamentos médicos que usam aço.

Com esse conceito em mente, o presidente da Câmara Setorial de Florestas Plantadas, Luiz Ramires Jr., encaminhou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) uma carta com as principais preocupações e demandas do setor, decorrente dos desdobramentos da pandemia de Covid-19. O conteúdo foi construído em caráter de urgência e após consulta às associações florestais estaduais e a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá).

Na carta, Ramires Jr. destaca a importância da manutenção das atividades na cadeia de produção do setor de florestas plantadas. “O setor é responsável pelo suprimento de matéria-prima para vários produtos de higiene pessoal, limpeza, produtos hospitalares, medicamentos e embalagens. Ou seja, tais produtos fazem parte de cadeias produtivas que são essenciais neste momento de prevenção e distanciamento social”, afirmou.

O presidente da câmara setorial listou também preocupações de curto, médio e longo prazos. Ele destacou questões relacionadas ao transporte como a restrição ao fluxo de produtos e insumos, comprometendo o abastecimento e a produção de bens essenciais conforme citado acima; os decretos locais que limitam o transporte de profissionais e impõem sanções sem critérios definidos; e a falta de serviços de alimentação e hospedagem para caminhoneiros, além de outros que compõem a cadeia: combustível, borracharia, mecânica.

A falta dos serviços de suporte a produção das fábricas e operações florestais também foi destacada porque causariam a redução das operações.

Maquinários e implementos

De acordo com a Ibá, a indústria de base florestal, seguindo as orientações dos órgãos de saúde, tem investido na prevenção do avanço da Covid-19 em suas áreas, de modo a cuidar da saúde de seus colaboradores. O setor vem seguindo rigidamente os protocolos de segurança. “A orientação da Ibá é essa, cuidarmos um dos outros”, afirmou Paulo Hartung, presidente da Ibá.

Com as empresas fornecedoras de máquinas não é diferente. Segundo Fernando Campos, managing director da Ponsse Latin America, o foco está na proteção da saúde dos colaboradores e manutenção dos serviços (manutenção e peças) para que nossos clientes continuem operando sem restrição.

“Foram tomadas todas ações de novos hábitos de higienização e cuidados no dia a dia, além da implementação do trabalho remoto para funções cabíveis. A Ponsse ajustou a operação da fábrica, passando a operar em 1 turno, ao invés de 2 e esperamos manter a fábrica operando. Até o momento não houve nenhum impacto nas operações de pós-venda e estamos trabalhando todos os dias para que não haja. Adotamos ações de reforço do nosso estoque de peças e estamos tomando todos os cuidados com a equipe técnica”, disse Campos.

Já as fábricas da Komatsu Forest, tanto de Suzano (SP) quanto na Suécia, mantiveram suas operações em funcionamento até o presente momento, respeitando os cuidados indicados pelas organizações de saúde mundial, assim como as medidas adotadas pelos órgãos governamentais de cada região. Entretanto, de acordo com comunicado da empresa, elas terão paradas programadas e temporárias. Mesmo assim, a Komatsu Forest do Brasil acredita que o impacto no fornecimento de máquinas para o mercado será minimizado, uma vez que ela tem um planejamento de produção e estoque.

As atividades de customização e preparação de máquinas em Pinhais (PR) seguirão em andamento dentro dos padrões indicados pelos órgãos regulatórios. Os técnicos e mecânicos que prestam assistência técnica estão disponíveis, mas sob chamado. Estão sendo priorizados casos de máquinas paradas e evitadas visitas de rotina.

A John Deere, desde a semana passada, reorganizou suas operações no Brasil. O centro de distribuição de peças para América do Sul, localizado em Campinas (SP), está atuando em regime de escalonamento, com o objetivo de não interromper o apoio ao produtor e de garantir disponibilidade de serviços aos clientes. A fábrica da joint venture Deere + Hitachi, voltada ao segmento florestal, está sem operar desde a última segunda-feira, 30.

Defensivos e insumos

Para que o setor florestal continue entregando sua matéria-prima, as operações silviculturais não podem parar, por isto, as empresas de defensivos e insumos mantém as operações. “A Atta-Kill, empresa do grupo Agroceres, está operando e entregando as iscas formicidas normalmente e de acordo com a demanda dos clientes. Estamos seguindo todas as recomendações dos órgãos de saúde, protegendo os grupos de risco; liberando do trabalho sem exigência de atestado médico colaboradores que manifestarem algum sintoma febril ou similar a gripe, por exemplo”, afirmou Augusto Tarozzo, gerente comercial e marketing da Atta-Kill. Caso as medidas me isolamento sejam ampliadas, ele disse que serão analisadas as melhores alternativas para continuidade do funcionamento.

A Dinagro, empresa que também fornece ao mercado florestal iscas formicidas, adotou medidas no setor administrativo e fábrica. “Afastamos os colaboradores com 60 anos e mais. Com os demais estamos fazendo rodízio e alterando os turnos, sempre com acesso a álcool gel. A fábrica está operando com 65% de sua capacidade sempre mantendo o estoque necessário para os nossos clientes para que não falte a isca formicida. Caso as medidas de isolamento sejam mais severas, nos adequaremos ao que for melhor para nossos colaboradores e clientes’, detalhou Maurício Romano, diretor comercial e de marketing da Dinagro.

Sensível a crise de saúde global, a Compass Minerals, que oferece ao mercado florestal sal para ser aplicado nas estradas, produtos para nutrição das plantas e produtos químicos para tratamento de água e outros processos industriais, está seguindo as diretrizes das autoridades de saúde e vem adotando várias medidas para minimizar os riscos para seus funcionários, clientes e fornecedores. Até o momento, a empresa: suspendeu todas as viagens; cancelou eventos, treinamentos e reuniões presenciais para evitar aglomerações e as está realizando virtualmente; adotou a quarentena de 14 dias para profissionais com sintomas de contaminação ou que tenham retornado de viagens do exterior; e adotou o home office para posições nas quais se possa trabalhar remotamente.

Nos ambientes fabris, a Compass recomendou a distância social segura de um metro durante o horário produtivo e em trocas de turno e redobrou os cuidados de higiene para amenizar ao máximo eventuais riscos, seguindo as recomendações das autoridades de Saúde; ampliou o horário de funcionamento do refeitório para diminuir a circulação de pessoas (50% da capacidade).

Fonte: Floresta S/A – Canal Rural