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Multinacional aposta em quesito ambiental e investe R$ 7 bi em celulose

Além das cifras envolvidas, o anúncio chama a atenção pelo número de empregos que deve gerar
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Diante da perspectiva de reaquecimento da economia, o mercado brasileiro de papel e celulose dá sinais de que há espaço para novos projetos. Nesta segunda-feira (29/7), o Grupo Bracell, que faz parte da RGE, sediada em Cingapura, confirmou investimentos de R$ 7 bilhões para expandir a produção de celulose solúvel, até 2021, em suas fábricas de Lençóis Paulista e Macatuba, no interior de São Paulo. A obra de expansão representa o maior investimento privado no estado dos últimos 20 anos.
“Nossa ambição é ser não só uma das maiores operações de celulose solúvel no mundo, mas também uma das empresas mais responsáveis nos quesitos social e ambiental”, disse Carlos Pastrana, diretor do projeto de expansão. “Além de criar empregos e oportunidades de carreira para milhares de pessoas no Brasil, definiremos os mais altos padrões para o uso sustentável de recursos renováveis”. A ofensiva bilionária da multinacional criará oportunidades de emprego nas cidades próximas: Agudos, Areiópolis, Bauru, Pederneiras, São Manuel, Barra Bonita, Jaú e Igaraçu do Tietê.
Além das cifras envolvidas, o anúncio chama a atenção pelo número de empregos que deve gerar. Em um período de dois anos, o projeto de expansão da Bracell empregará cerca de 7,5 mil pessoas durante o pico da obra, com uma média de aproximadamente 3 mil trabalhadores. Após a conclusão, a fase de operação empregará cerca de 2,1 mil funcionários diretos e 1,9 mil terceirizados de forma permanente na fábrica e nas atividades florestais. “Para que este projeto ganhe vida, queremos trabalhar com os melhores talentos e tecnologias disponíveis no mundo”, acrescenta Pedro Wilson Stefanini, diretor da Bracell São Paulo. O executivo ainda reforça que as oportunidades ocorrerão não só na área fabril, mas também em atividades florestais presentes em cerca de 50 municípios paulistas.
Segundo a empresa, a nova fábrica terá uma linha flexível projetada para produzir prioritariamente celulose solúvel e contará com novas tecnologias. Entre as principais inovações está o conceito de biorrefinaria, que reduz o desperdício e obtém valor em todos os fluxos potenciais, resultando em baixo consumo de água, baixa emissão e mínimo uso de combustíveis fósseis. Quando o projeto de expansão for concluído, a capacidade de produção total da Bracell, considerando as operações da Bahia e São Paulo, passará para aproximadamente 2 milhões de toneladas de celulose solúvel por ano. A celulose solúvel é um dos principais ingredientes usados para criar uma ampla gama de produtos, desde têxteis, armações de óculos, até embalagens de salsichas e produtos farmacêuticos, bem como produtos industriais como cabos de pneus de alto desempenho.
O otimismo da Bracell contrasta com um ambiente de incertezas no mercado de papel e celulose global. De acordo com Credit Suisse, os estoques mais altos de papel e as vendas ainda pressionadas “indicam que a demanda final para papel permanece fraca, sem sinais tangíveis de recuperação em um futuro próximo”. Em relatório assinado pelos analistas Caio Ribeiro e Rafael Cunha, o banco avalia que compra pelas empresas deverá permanecer “tímida, devido aos altos estoques”. Além disso, caso não haja contraparte da demanda, o Credit Suisse projeta recuo das margens do setor. “No geral, projetamos que os preços de papel e celulose deverão continuar pressionados nas próximas semanas e podem chegar a mínima de US$ 470 por tonelada”, afirmam os analistas, listando recomendação neutra para os papeis da Suzano (SUZB3), com preço-alvo de R$ 34,50, com potencial de valorização de 10,2% em relação ao último período.
Fonte: Correio Braziliense