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Lignum entrevista Paulo Roberto Pupo, superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci)

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Como a Abimci atua para fomentar o uso da madeira nos diversos mercados?

A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) atua na defesa nacional e internacional de interesses do setor industrial madeireiro, no desenvolvimento de normas técnicas e de certificações de qualidade, na promoção comercial do produto brasileiro de madeira e no estímulo a práticas sustentáveis dos negócios.

As ações incluem o trabalho de coordenação do Comitê Brasileiro de Madeira na ABNT (CB-31), responsável por estudar, revisar e elaborar as normas técnicas para produtos de madeira – o que contribui para acesso a mercados, regulação e padronização dos produtos; participação em eventos nacionais e internacionais para promoção institucional e comercial da marca do produto brasileiro de madeira; acordos de cooperação mútua com instituições de diferentes países para a criação de estratégias que potencializem os negócios internacionais, entre outras.

Além disso, a Abimci se faz presente em diversas frentes representativas. É o caso, por exemplo, da participação em coalizões nacionais empresariais, que têm atuado para destravar o desenvolvimento econômico do país, propiciar um melhor acesso ao crédito para o aumento da demanda e consumo interno para, assim, alavancar a economia. A representação da Associação nesses grupos amplia a voz do setor de base florestal e coloca luz aos entraves que impedem um crescimento maior e a geração de negócios.

A Abimci representa diversos segmentos da indústria de madeira processada mecanicamente e, recentemente, passou a contar com um Comitê específico para pellets e biomassa. Quais as demandas desse segmento?

O novo Comitê Setorial da Abimci – Pellets e Biomassa – reúne um dos segmentos com maior potencial de crescimento e diversificação de mercados. Muitas das empresas produtoras já eram associadas à entidade, mas novas vieram em função das demandas atuais do segmento e da credibilidade que viram na associação como representante institucional e fórum de discussão.

O objetivo do Comitê é discutir estratégias para enfrentar os principais gargalos como a representação setorial e a necessidade de desenvolvimento de uma norma técnica específica para o segmento, pois o produto destinado ao mercado interno ainda não possui uma normativa específica. Atualmente, o principal mercado de pellets é o agronegócio, em especial, a avicultura, mas com um alto potencial de crescimento em outros mercados.

A norma técnica para a construção de casas com madeira no Brasil está bem encaminhada. Qual o real potencial do nosso país para utilização de madeira na construção civil?

Temos um potencial gigante para os produtos de madeira na construção civil nacional, principalmente, por conta do déficit habitacional do país. A norma técnica para Edificações em Light Wood Framing, que está sendo desenvolvida de forma bastante criteriosa e com a participação ampla de todos os interessados no assunto, prevê requisitos técnicos para a construção com essa tecnologia de edificações de até dois pavimentos.

A expectativa é de que a partir da publicação da norma técnica, programas habitacionais do governo e outros agentes financeiros poderão incluir em suas linhas de crédito essa nova opção de construção, gerando, assim, escala de negócios para os produtos de madeira.

No entanto, vale ressaltar que o trabalho não termina com a publicação da norma técnica. Será preciso um esforço de todos os envolvidos para divulgar intensamente a norma após a publicação. Mas acreditamos, sim, que a norma técnica será um “divisor de águas” no mercado da madeira.

Será aberta uma “janela de oportunidades”, e não apenas para a produção de painéis para wood frame, como de toda a cadeia de suprimentos, que é bastante extensa. As indústrias de madeira serrada, decks, portas, pisos e de todos os segmentos de madeira processada podem ser diretamente beneficiados com este movimento na construção civil.

Quais entraves logísticos ou burocráticos atrapalham a exportação? Como resolver?

Entre as ações prioritárias defendidas pela Abimci, as quais estão contempladas no Estudo Setorial 2019, que será lançado em setembro, está a defesa de interesses do setor industrial da madeira, o que inclui um ponto específico sobre logística e infraestrutura.

Temos atuado, por exemplo, com os órgãos de governo em temas como melhoria da segurança jurídica e governança na infraestrutura, elaboração de um plano a longo prazo de investimentos na melhoria da infraestrutura logística do país e diversificação dos modais de transporte, além de apoiarmos as privatizações na infraestrutura.

Especificamente em relação ao sistema portuário, principal via de escoamento das exportações, as demandas incluem, entre outros pontos, o fortalecimento da infraestrutura, necessidade de aumento da eficiência dos serviços para diminuição dos custos, melhoria da atuação regulatória e apoio a resoluções da Antaq, mais transparência na precificação dos serviços de transporte de contêineres.

Já na linha de ação que trata da contribuição da associação para um melhor desempenho das exportações brasileiras de madeira, a Abimci defende uma política clara de incentivos e ações estratégicas para a melhoria dos processos de comércio exterior. Para isso, será necessário melhorar e criar novos mecanismos de financiamento para as exportações, melhorar a eficiência dos procedimentos aduaneiros, revisar, melhorar e aplicar mecanismos de defesa comercial do produto brasileiro, concluir acordos bilaterais indispensáveis para o Brasil, entre outras frentes.

A associação participará novamente da Lignum Latin America como expositora, sendo um ponto de encontro para as empresas do setor. Qual a expectativa?

A Abimci apoia a realização da Semana Internacional da Madeira desde a primeira edição, porque acredita na relevância de eventos desse nível para o desenvolvimento da cadeia florestal e fortalecimento de todo o setor. Para a associação, participar da Lignum é uma forma de reconhecer todo o trabalho que vem sendo realizado pela organização do evento em estabelecer elos fortes entre os diferentes agentes transformadores da base florestal.

Estamos otimistas em relação a mais esta edição da feira, pois será uma oportunidade para avaliar os próximos passos, receber em nosso stand os principais decisores das empresas brasileiras associadas e conhecer as novidades que outros expositores prepararam para o setor.

Além disso, durante a Semana teremos a realização do WoodTrade Brazil, promovido pela Abimci em parceria com a Malinovski e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), um momento importante para o debate das oportunidades e desafios para a indústria nacional.

 

Fonte: Lignum Latin America