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Fed sinaliza preocupação com efeitos climáticos na política monetária

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O Fed (Federal Reserve), banco central norte-americano, sinalizou que a mudança climática passará a ter influência no sistema financeiro e monetário mundial similar a impactos vistos na globalização e na revolução tecnológica.

Na última 6ª feira (8.nov.2019), a autoridade monetária realizou uma conferência em São Francisco (Estados Unidos) para discutir as mudanças na economia que desastres ambientais podem inflingir.

Segundo a diretora do Fed Lael Brainard, diretores de bancos centrais devem medir corretamente como desastres como furacões, queimadas e enchentes podem afetar o mercado de trabalho, assim como gastos de consumo das famílias e preços em geral.

Há uma incerteza considerável sobre a frequência, abrangência e magnitude de choques causados pelo clima à economia. Pode ser desafiador mensurar quais ajustes monetários podem manter a economia operando em todo seu potencial“, disse ela, em discurso.

De acordo com ela, políticas para mitigar a mudança climática também podem afetar a economia em termos de preços, produtividade, emprego e crescimento de maneira a afetar a política monetária. “Até mesmo a grande incerteza diante de eventos da mudança climática e de novas políticas podem afetar investimentos e a atividade econômica“, afirmou.

Ao citar os impactos da estabilidade financeira, Brainard estimou que 500 das maiores empresas no mercado de capitais estão expostas a quase US$ 1 trilhão em termos de riscos, sendo que a metade disso pode se materializar nos próximos 5 anos. “Uma maioria das empresas que divulgam seus resultados integram o risco climático em suas estratégias de negócios“, afirmou.

Também no evento, a economista sênior de pesquisa do Banco da Inglaterra, Sandra Batten, citou pesquisa que aponta relação entre o aumento da temperatura e a queda da produtividade. Segundo o texto, a cada grau acima da temperatura sobe acima da temperatura média diária de 59 ° F (o equivalente a 15º C), a produtividade diminui 1,7%.

Outro estudo, 1 artigo apresentado por Hashem Pesaran, economista da Universidade do Sul da Califórnia, aponta redução de 7% até 2.100 no PIB (Produto Interno Bruto) global per capita caso não haja efeitos de mitigação das mudanças climáticas. Se os países cumprirem o Acordo de Paris, a perda seria reduzida para 1%.

Fonte: Poder 360