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Elaboração de normas para produtos de madeira se intensifica

Comissões de estudo da ABNT mantêm agenda de reuniões, mesmo após as medidas de isolamento contra o coronavírus
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Ao redor do mundo, especialmente em países com amplo histórico de uso da madeira, a normalização para utilização da matéria-prima é ampla e determina os padrões de qualidade, segurança e aplicabilidade. No Brasil, entidades representativas do setor como a Associação Brasileira da Indústria de Madeira (Abimci), realizam estudos junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para estabelecer os parâmetros nacionais. O Comitê Brasileiro de Madeira (CB-31), que é coordenado pela Abimci é um exemplo.

Na avaliação da associação, cada vez mais as marcas têm a visão de que fabricar produtos dentro das normas vigentes é uma premissa essencial, por isso o interesse crescente das empresas nessas discussões. “Essa ação, muitas vezes de pouca visibilidade, mas de dedicação intensa, é uma das mais importantes entre as atividades realizadas por uma entidade como a Abimci, que tem entre as suas estratégias colaborar para o avanço da qualidade dos produtos de madeira no país”, afirma o superintendente executivo, Paulo Pupo.

Sob a coordenação da Abimci, o trabalho das comissões de estudo que compõem o CB-31 da ABNT, se intensificou no primeiro semestre de 2020. Graças ao uso da tecnologia e de ferramenta disponibilizada pela ABNT, as reuniões continuam sendo realizadas de forma remota e o trabalho não foi paralisado.

De olho no potencial de mercado para geração de energia limpa, as empresas produtoras de pellets de madeira participam de forma ativa do trabalho que vem sendo feito na ABNT para a criação de uma norma técnica para esse produto. As reuniões da comissão de estudos, criada a partir de uma demanda proposta pela Abimci, conta com a participação de fabricantes, pesquisadores, laboratórios de testes, entre outros interessados no assunto. Segundo a equipe técnica da associação, o trabalho está bem adiantado na definição dos termos técnicos, nas especificações e classificação dos pelletes, propriedades e diferentes usos.

Outro segmento que tem conseguido avanços na normalização é o de madeira serrada. A NBR 16864 – Parte 1: Terminologia e Parte 2: Requisitos gerais já passou por consulta nacional. De acordo com a Abimci, o próximo passo é a avaliação dos votos recebidos, que acontecerá na reunião especial da comissão de estudos, programada para o dia 27 de maio. Assim que os votos recebidos forem consensuados, e se não houver a necessidade de alteração técnica no texto, a norma segue para a publicação.

A parte da norma técnica de madeira serrada que aborda especificamente o uso no segmento de embalagens intensificou os encontros dos grupos de trabalho. Com participação representativa de empresas, os trabalhos tiveram importante avanço na estruturação do texto, abordando tópicos como terminologias e requisitos gerais. Ainda dentro da norma de madeira serrada, estão sendo estruturados os textos para o uso do produto de coníferas e de folhosas na construção civil, e posteriormente serão discutidos o uso em móveis e para uso geral.

O segmento de portas de madeira também prosseguiu na elaboração do texto de norma ABNT NBR 15930 – Portas de madeira para edificações – Parte 3: Requisitos de desempenho adicionais. A comissão está em processo de finalização do texto, que irá atender uma necessidade para a certificação do produto com desempenhos adicionais.

Qualidade e certificação

A normalização dos produtos é a base para o desenvolvimento dos programas de qualidade e certificação do setor de madeira. Por meio do Programa Nacional de Qualidade da Madeira (PNQM), coordenado pela Abimci, as empresas implantam uma ferramenta de gestão de qualidade para padronizar e controlar o processo produtivo, desde o recebimento da matéria-prima e insumos, até a embalagem e expedição do produto. Sempre com o foco em produzir dentro dos requisitos exigidos pelas normas técnicas vigentes.

De acordo com a associação, as indústrias que implantam o sistema de gestão do PNQM ganham produtividade e redução de perdas e custos, além de garantirem acesso aos principais mercados consumidores com produtos que atendem padrões e normas técnicas, nacionais e internacionais. O Programa atende as indústrias de compensados de pinus e tropical, portas, madeira serrada, painéis reconstituídos e insumos (resinas, preservativos de madeira).

Fonte: Floresta S/A