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Chile se prepara para enfrentar desafios da mudança climática

Juan José Ugarte, diretor do Centro de Inovação em Madeira, falou sobre o renascimento do mercado chileno em evento do Núcleo da Madeira
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“O Chile precisa atuar para combater as mudanças climáticas no país”. A afirmação é do diretor do Centro de Inovação em Madeira, Juan José Ugarte, uma organização que une a Pontifícia Universidade Católica e a Corporação Chilena da Madeira (CORMA) com o objetivo de pesquisar, transferir e promover a construção de madeira com maior desempenho, desenvolvimento e atendimento aos principais desafios tecnológicos que o setor oferece. O especialista participou o evento Ideias Inovadoras para a Cadeia da Construção em Madeira promovido pelo Núcleo da Madeira.

Responsável pela emissão de 0,23% do CO2 mundial e 4,48% das emissões na América Latina, o país se comprometeu a melhorar o manejo de florestas, aumentar os plantios florestais e reduzir as emissões em 30% até 2030. O compromisso é reflorestar 2 milhões de hectares até 2035. O país possui 17 milhões de hectares de floresta, dos quais 8% nativo, 13% de plantações sendo 55% de pinus radiata e 38% de eucalipto.

Na avaliação do diretor, o cumprimento dessas metas passa pelo setor da construção madeira e as oportunidades são muitas. Apesar da liderança dos sistemas construtivos em madeira em construções de até dois pisos, há espaço para crescer em projetos de edifícios mais altos, onde a participação da madeira é quase nula por lá. O país possui um déficit habitacional de 500 mil novas casas para famílias vulneráveis e 1,2 milhão que devem melhorar seu padrão de habitabilidade. Atualmente, 18,1% das novas casas são feitas em madeira no Chile, enquanto no Canadá esse número chega a 95%.

Para avançar nessa direção está sendo desenvolvida uma nova norma sísmica e atualizadas outras 35 normas técnicas. A expectativa é que até 2025, o Chile tenha edifícios de madeira de 15 pavimentos ou mais. Em Santiago, foi construída uma torre experimental de seis pisos para dar visibilidade a esse tipo de construção.

Em relação ao suprimento para atender essa demanda, Ugarte fez um comparativo que para a construção de uma casa de 50m² são usados 5m³ de madeira. Dessa forma, explicou que na floresta chilena cresceriam oito casas por minuto, assim, o déficit atual acumulado de habitações seria suprido com 35 dias de crescimento das florestas.

Desafios

Para o diretor do Centro de Inovação, para alavancar esse mercado e aumentar a participação dos produtos de madeira na construção, o Chile deverá enfrentar alguns desafios. “Precisamos de uma integração maior entre a engenharia e a arquitetura para formar uma nova geração de profissionais e integrar estado, indústria e academia. É necessário compartilhar visão e objetivos, preparar a agenda estratégica de consenso, desenvolver governança compartilhada, responsabilização e financiamento inteligente de médio prazo”, afirmou.

Entre as ações práticas já implantadas a partir do trabalho do Centro está a identificação da madeira para mostrar ao consumidor a origem, a classe, o tipo de grau estrutural e o tratamento usado. Além disso, está sendo lançada a Plataforma Bim Madeira, uma grande biblioteca com informações sobre os produtos de madeira como ficha técnica, testes laboratoriais, provedores e treinamento on-line.

Evento

Dividido em cinco módulos temáticos, o evento terá duas opções de visitas guiadas que serão realizadas na manhã do dia 12: Museu do Futebol Mauro Munhoz ou Jd. Vitória Régia Zanine. O encontro conta com o patrocínio do WWF-Brasil, além dos patrocinadores do Núcleo Sayerlack, Montana Química, Berneck e Tecverde. Apoiam a realizam do ciclo de palestras o Sinduscon-SP, a Faap e o IPT.

Por Juliane Ferreira para o Portal Madeira e Construção (A jornalista viajou a convite do Núcleo da Madeira)